Dr. Alberto J Muniagurria
Dra. Mónica Espinoza
A Consulta ou Entrevista Médica é o ato fundamental da atividade profissional do médico. Isso ocorre em um espaço denominado consultório, na atividade ambulatorial, mas pode ser realizado em uma sala de um Sanatório ou Hospital, em pacientes internados, ou em casa, quando a consulta é iniciada naquele espaço.
É nesta entrevista que se constrói o conhecimento do histórico de saúde e doença do paciente e onde fica registrado o Histórico Clínico. É onde se desenvolve a relação do médico com o paciente e se segue a ordem do método clínico, ou seja, onde se obtêm dados subjetivos e objetivos, tanto clínicos como complementares, e se elabora a Lista de Problemas.
Pode-se entender por meio de uma metáfora que a entrevista ou consulta médica é um encontro pactuado entre 2 atores, um profissional médico e um paciente, para avaliação do estado de saúde / doença do paciente, em um cenário, denominado consultório, com um roteiro , conhecido como História Clínica, e que as informações obtidas são diferentes (variáveis) em cada uma das interpretações.
A variação é dada pelos motivos da consulta e pela singularidade do consultor.
A relação médico-paciente se desenvolverá ao longo do tempo, em grande parte, dependendo da atitude profissional do médico, de sua empatia, mas também da atitude do paciente que vem na busca do conhecimento e de como isso ocorre em todas as relações humanas, com a necessária confiança depositada. Em qualquer caso, deve haver sempre uma relação de respeito para ambas as partes.
O local e as circunstâncias em que se realiza a entrevista médica, no caso do Gabinete, devem ser adequados. É necessário um grau de conforto (local adequado para atender o paciente), privacidade, silêncio, iluminação e temperatura.
É conveniente, antes de iniciar a reunião, avaliar se existem dados anteriores do paciente para que, ao entrar no consultório, sejam levados em consideração. Observe a ordem do consultório ou espaço de saúde, lembrando que cada nova consulta é um novo início de vínculo. O pedido permite ser mais eficiente e eficaz.
É obrigatório na entrevista que o médico saiba ouvir com atenção, usar o silêncio na hora certa, evitar sermões, levar em conta as características socioculturais e religiosas do paciente, além de transmitir segurança, serenidade e equilíbrio.
A entrevista inicia-se, geralmente, através de marcação previamente solicitada por telefone, Internet ou pessoalmente. A atitude da equipe que o atende, assim como sua diligência e eficiência, serão avaliadas pelo paciente. Isso já gera um elemento de importância, a levar em conta. Respeito aos horários. Você nunca deve esperar mais de 15 a 20 minutos, o paciente de plantão. É importante também destacar o respeito ao horário por parte do paciente, pois de alguma forma demonstra o interesse pela consulta e a consequente adesão ao tratamento. Outro ponto a se levar em consideração é o grau de higiene com que isso ocorre, nos casos em que essas condições sejam possíveis e de acordo com o nível de suas possibilidades.
O papel dos dois atores, médico ou paciente, pode variar com o tipo de consulta levantada.
If you are facing an acute illness (acute abdomen, digestive hemorrhage, cardiac arrest) the protagonist of this interview should be the treating doctor, since in these situations the indications are accurate without giving much room for delay. Times do not allow negotiation since in many cases that means life or death.
Por outro lado, se você está diante de uma consulta por doença crônica (a obesidade é o exemplo quintessencial), o principal protagonista dessa entrevista é o paciente, pois quanto mais estritas as indicações menos adesão ele terá às indicações propostas desde a negociação é a base fundamental nesses tratamentos. Aqui a proposta é propor um tratamento viável, possível de ser respeitado e sustentável no longo prazo. Propor apenas tratamentos sustentáveis por curtos períodos de tempo em doenças crônicas aparecerá, no futuro, entre as curiosidades da medicina.
Não menos importante é o papel da família na entrevista, pois em muitos casos é uma presença que enriquece ao fornecer dados que o paciente não conhece ou não lembra, principalmente em pacientes pediátricos e, em outros casos, agravando o relação médico-paciente.
Pensando em outros locais ou modelos de consulta, o médico não deve apenas avaliar as diferentes circunstâncias descritas acima, mas também o papel que sua presença desempenha nas entrevistas com amigos ou familiares, onde a familiaridade muitas vezes dificulta o cumprimento das indicações.
Se você considerar o modelo de comunicação, pode-se dizer que na língua espanhola existe o tratamento de você para a pessoa desconhecida. Mas isso não é definitivo e deve ser usado de acordo com a circunstância, dada pela idade, sexo, atitude, personalidade do paciente e também da personalidade do médico e as circunstâncias em que ele está atendendo o paciente, etc. . Lembre-se de você. Marca uma distância que não deve ser perdida desde o início. Há muitas pessoas que preferem. O tratamento deve ser sempre respeitoso, embora ajustado às circunstâncias. Com crianças ou pessoas familiares, um tratamento mais informal é melhor. Às vezes pode ser apropriado adotar uma atitude mais "paternalista", outras vezes é melhor uma relação mais formal, que pode até progredir para um tratamento mais informal se surgir espontaneamente. Em termos gerais, sugere-se evitar termos afetivos coloquiais, como querida,
Ao abrir a porta, o médico começa a estudar o paciente, observando sua atitude, vestimenta, linguagem corporal, etc., etc. A princípio você deve estender a mão para dizer olá e dizer "bom dia", boa tarde, ou Como tá indo? Para oferecer um assento imediatamente. Se o considerar necessário, pode dizer, uma vez sentado: Observou-se que você está com problemas, espero poder ajudá-lo.
O diálogo médico pode começar com : Por que você vem me ver? , ou Qual é o motivo da sua consulta? Inicialmente, o paciente deve ter permissão para falar ouvindo com atenção, se possível sem interrupção, exceto para esclarecimentos. Interrupções com perguntas podem desviar a paciente de seu objetivo fundamental, ou fazê-la esquecer e depois dizê-lo fora do tempo (problemas de última hora). Em geral, o paciente não demora muito mais do que 2 minutos para expressar o motivo da consulta. No final de sua primeira apresentação, você pode ser perguntado: Com que outro motivo você está preocupado? Uma vez respondido, o médico pode fazer um resumo do exposto para avaliar a concordância do paciente.
Imediatamente começa o interrogatório dirigido, onde uma pergunta é reeleita para ordenar a informação.
Às vezes, o paciente consulta para vários problemas e isso dificulta o gerenciamento do tempo. Neste caso, não é descabido circunscrever o diálogo pelo que é mais agudo ou importante para o paciente como dor ou febre ou mesmo o mesmo check-up, deixando para outra entrevista problemas crônicos como constipação ou dietas por exemplo. Envolva o paciente na decisão do tempo de uso que obviamente deve ter um limite.
Ao entrar no questionamento dirigido, deve-se buscar a colaboração do paciente explicando os motivos de certas perguntas e evitando informações que não fazem a pergunta, que geralmente se expressam no uso e abuso de adjetivos qualificativos ou na transmissão de aspectos emocionais. O olhar do paciente sobre os dados é muito útil e deve ser levado em consideração. Ao ouvir, o médico está usando sua inteligência e memória para construir os Problemas.
O uso de perguntas abertas e fechadas serve para entender as situações. Dizer "Diga-me" abertamente gera mais informações do que perguntas fechadas como "Conte-me sobre a irradiação de sua dor", que exigem uma resposta específica. A questão aberta predispõe a um relacionamento mais espontâneo, que pode então ser refinado no diálogo progressivo. Assim que a pergunta aberta for respondida, uma ou duas perguntas fechadas são feitas para completar as informações. Uma vez obtida a informação sobre quais dados estão envolvidos na consulta, é razoável mergulhar em questões específicas ou fechadas sobre eles.
Para conhecer o paciente é importante observá-lo detalhadamente, obtendo informações sobre suas línguas, fala ou discurso, gestos, hábitos de vestir, prolixidade, grau de higiene, etnia, nível cultural, gestos, senso de humor , atitude, timia, religião, importância ou hierarquia dos dados e como eles os afetam.
A atitude ativa e atenta do profissional adquire importância. Isso significa estar atento para perceber as metáforas na fala, o enquadramento das respostas ou informações espontâneas, crenças (graças a Deus ...), tom de voz, o que não se diz e se expressa com as mãos e com o corpo, o que é sugeridas, as relações em seu ambiente, seus afetos, etc., etc.
A opinião do paciente sobre seus problemas, assim como sobre seu ambiente, torna-se importante (a presença de um familiar médico é frequente). Procure não separar as informações socioafetivas que se obtêm das estritamente médicas, pois isso melhora o vínculo e o relacionamento.
Sempre dê a oportunidade de adicionar informações sobre a consulta ou qualquer outra questão que surgir. Em circunstâncias repetidas, o paciente deseja internalizar a razão de seus sintomas.
Concluída a coleta de informações, é muito importante realizar um exame físico completo na primeira consulta e repetir algumas manobras nas consultas sucessivas.
No exame físico é importante respeitar alguns princípios como:
- Respeite a modéstia do paciente
- Seja delicado nas manobras
- Ter à disposição os elementos ou instrumentos necessários ao exame (luvas, oftalmoscópio, otoscópio, estetoscópio, martelo, etc. e cuidar de sua temperatura).
- Isolamento bacteriológico, como lavar as mãos, usar sempre a proteção contra poeira e usar máscaras em alguns casos.
Uma vez obtida a informação de quais dados estão envolvidos na consulta, é razoável mergulhar em questões específicas ou fechadas sobre eles.
As alterações podem sempre aparecer nos achados, e o contato desenvolvido por meio do exame é muito valorizado pelos pacientes em geral, inspira e transmite o sentimento de profissionalismo, conhecimento e dedicação na busca por informações. Um estetoscópio no tórax mobiliza um fluxo de respeito e compromisso com seu médico. O motivo das práticas deve ser sempre explicado ao paciente, principalmente aquelas que são invasivas, como exames retais ou ginecológicos. Em caso de manobras que geram dor, faça com cuidado e explique. Não vá diretamente para a área da dor, aproxime-se progressivamente. Da mesma forma, se for interessante, por exemplo, o lado direito de uma área do corpo começar com a outra, a esquerda, que se supõe ser normal.
Por fim, o médico deve informar o paciente sobre a consulta e o resultado do exame realizado. O tempo deve ser dedicado a educar o paciente com informações sobre os estudos solicitados, possíveis diagnósticos e, eventualmente, prognósticos.
É importante que essas informações sejam claras, honestas e prudentes. Nos casos em que o prognóstico é ruim, embora o paciente deva saber o que ele tem, não é necessário comunicar tudo em uma sessão, "como um balde de água fria". Existem diferentes maneiras de fornecer as informações e, eventualmente, você pode preparar a pessoa para diferentes entrevistas. É conveniente trabalhar essas situações em conjunto com a família, mas respeitando a privacidade do paciente.
É muito útil dar indicações escritas, por vários motivos, inclusive servindo como um lembrete para o paciente, e prolongando o destaque da indicação.
É importante atentar para os comentários de outros colegas que já participaram do atendimento. Diante do desacordo com algumas medidas por eles tomadas, use o silêncio em vez da palavra denegrida. Lembre-se de que a realidade é diferente em diferentes momentos e circunstâncias. É fácil saber o resultado da corrida com o jornal desta segunda-feira.
Na rápida evolução do tempo, é possível imaginar um dia em que os pacientes serão entrevistados por computadores, que irão medir rapidamente a sensibilidade e especificidade dos dados fornecidos, sugerindo intervenções adequadas. Esses computadores substituirão os médicos com uma eficiência que os próprios computadores poderão avaliar.
Se isso for possível, o desafio é desenvolver programas que transmitam compaixão , carinho, proteção, humanismo, vocação, companheirismo no sofrimento, ou tudo o que seja profissionalismo através da linguagem falada e corporal na relação Médico-Paciente.
Se for possível enfrentar esse desafio, talvez seja tão agradável quanto uma flor de plástico com perfume artificial.